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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Roubo na praia

Parece até brincadeira, depois de quase 1 ano, isso mesmo, 1 ano sem ir a praia, eu finalmente fui.

E a escolhida de sempre é a praia de Manaíra, em frente ao hotel Hardman.



Todos sabem o quanto está quente em João Pessoa, eu venci minha vergonha de estar com a pele toda manchada de uma Psoríase em processo de cicatrização e resolvi mergulhar, depois de mais de 2 anos sem entrar no mar.

Parecia criança com medo das ondas fortes e parecia que era a primeira vez. Ah, meu namorado foi comigo. E nós deixamos as coisas (a minha bolsa e a dele) na areia: o erro.

Enquanto eu me recuperava de um caldo, vi a cena: 

Um indivíduo moreno, magro e de camisa azul pega a bolsa do meu namorado.

Eu: "Victor, aquilo na mão daquele cara é a tua bolsa?" Segundos depois, sem resposta e observando sem acreditar.

Eu e meu namorado juntos concluímos: "É!!!"

Eu: "Corre Victor, corre, dá tempo de pegar ele, cooooooorre!"

Meu namorado correu, mas ao chegar na calçada ficou parado pois não viu mais o miserável. E eu vendo o cara saindo de bike, lá da areia e revoltada porque Victor ficou parado e olhando para o lado contrário de onde o animal estava indo... (Porque, meu Deus?)

Na bolsa de Victor tinha as roupas dele, carteira de estudante, passe estudantil, 10 reais e um celular ultra/ mega/ power/ revolucionário e de última geração, mas que fará muito falta, claro.

Da minha bolsa, ele só levou uma necessaire com protetor solar, creme, pente, meu batom da moda (Oh meu Deus, eu vou chorar...), uns 12 reais e meu incrível passe estudantil de todos os dias.

Totalizando, o demente levou: uma bolsa da Adidas que ele deve vender por no máximo 50 reais; um celular Nokia que ele deve vender por aproximadamente 50 reais também, se tiver sorte; dois passes estudantis que serão bloqueados amanhã, então tomara que ele tenha andado muito de ônibus hoje para aproveitar as passagens e os nossos suados "vintxe reaix". Ou seja, valeu muito a pena... #ironia.

Não sei se o roubo foi mais revoltante ou o trabalho das "gloriosas" Polícia Militar e Civil do Estado da Paraíba. Meu avô, que Deus o tenha, admirava tanto os PM's... Coitado, se foi e eu não tive tempo de contá-lo a verdade: precisa da polícia, pra você ver!

A Polícia é linda, bela e majestosa. Tô falando isso, para que ela se torne assim, por que todos nós sabemos que não é assim, é horrível generalizar, porque existem raríssimas exceções mas a maioria dos policiais são meio que acomodados com a situação, sabem que esses caras que praticam esses furtos são sempre os mesmos e que se eles prenderem, no outro dia eles estão soltos. Eles nem vão mais atrás dos bandidos. Verdade seja dita.

O policial civil ainda teve a coragem de falar: "ah, já fez meia hora que o fato aconteceu? Ele já tá é longe..."
"Minha senhora, a senhora já entrou dentro do bairro São José? É enorme, não tem como fazer buscas lá..."
"Infelizmente somos policiais civis e essa questão de busca é só com a polícia militar mesmo..." Ou seja, nós policiais estamos dando uma volta pela orla e paramos só para ouvir vocês, mas vamos continuar com o nosso agradável passeio, dê adeus as suas coisas, pois elas já estão longe e nós não podemos fazer nada.

Eu sei que as coisas estavam longe, mas pra quê serve a polícia, então? Para só chegar (bem) depois do acontecido, ouvir sua versão e receber o dinheiro no fim de mês? E no nosso caso, nem chegaram.

É complicado usar essas palavras, mas só penso nelas, quando penso em polícia: má vontade e incompetência.

Do nada, aparecem dois policiais militares de bicicleta que pararam, escutaram a gente e seguiram no agradável passeio. Enquanto isso, esperávamos a viatura do 190 que ficaram de nos mandar já fazia exatos 40 minutos.

O tempo que esperamos a viatura, foi o tempo que um grupo de 5 jovens foi assaltado na parada de ônibus, próxima ao restaurante Flash, bem na nossa frente. Ou seja, é o fim dos tempos. Fujam para as colinas!

O engraçado são os delinquentes que praticam esse tipo de furto, eles tem sempre as mesmas características e curtem as mesmas roupas "estilosas" e típicas da racinha deles... É um esteriótipo? É. E aqui em João Pessoa é fácil de identificar: camisas geralmente folgadas e falsificadas da puma, playboy, ou de botão com estampas esquisitas ou florais; bermuda tactel geralmente grande para o tamanho do infeliz; bigodinho ridículo fino e alguns usam boné com aba necessariamente reta, além do linguajar e andar que também são "maravilhosos" e por fim, a expressão dos animais, não nega a intenção deles.  É deprimente.

Estou revoltada e decepcionada com o trabalho (ou falta dele) da polícia. A esperada viatura, nem chegou no lugar combinado. Graças a Deus, uma mulher bondosa nos deu 5 reais para pegar o ônibus.

Dormi um pouco a tarde e sonhei que dava uma voadora no rapaz e depois o sufocava. Pena que foi só um sonho. Acordei e me senti uma completa vítima dessa porra toda. Senti a sensação de impotência que todos que já foram roubados um dia, já sentiram e pense como é horrível, dá vontade de fazer justiça com as próprias mãos, juntar um grupo de pessoas vitimadas e sair matando todos os bandidos.

Não vem falar que é falta de emprego e de educação, que não é. Você pode nascer dentro de um cabaré, mas se você não quiser ser prostituta, ninguém vai te obrigar a ser.

Acabo meu desabafo por aqui, espero que surta em algum efeito positivo e que nunca aconteça com você.

2 comentários:

  1. É realmente de causar indignação os fatos que você descreve. Espero que seu desabafo motive outras vítimas a tambem se manifestarem. É importante que se desfaça a ideia de que isso é normal. Deve haver indignação para para que essa situação não se repita. Você descreveu o estereótipo do criminoso, mas ainda há quem se revolte contra policiais que abordam pessoas com essas características, pessoas que deliberadamente ostentam atitudes suspeitas. É diferente de se utilizar de preconceito. O importante é que nem você e nem seu namorado foram vítimas de violência física (que tambem é frequente)e sou solidário com o seu descontentamento pela situação.

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  2. Obrigada, Capitão. Eu reconheço que você é 1 entre 1 milhão na polícia e que se estivesse fazendo ronda pelo local certamente cumpriria seu papel.

    Obrigada pela solidariedade.

    Abs.

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